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Foto do escritorDr. Flavio Messina

Você está Perdendo o Cabelo? Saiba tudo sobre a Calvície



A queda de cabelo conhecida como "calvície", recebe na medicina o nome de alopecia androgênica. Alopecia significa queda de cabelo, e androgênica se refere a influência dos hormônios masculinos neste processo.


Muitas pessoas pensam que a calvície é um problema exclusivo dos homens, mas, na verdade, a perda definitiva de cabelos acomete mulheres quase na mesma proporção. A diferença é que, como no sexo feminino a calvície costuma ser menos intensa e, portanto, mais discreta, ela é mais facilmente camuflável.


Ciclo de vida do cabelo


Todos os dias, perdemos aproximadamente de 75 à 100 fios de cabelo. Dependendo da época do ano, da fase da vida, e de fatores ambientais, esta perda pode ser ainda maior.


Causas


A calvície ou alopecia androgênica é causada por um afinamento progressivo do fio de cabelo e pela redução do tamanho dos folículos, fazendo com que a raiz fique cada vez mais próxima da superfície da pele. Essa miniaturização do folículo é um processo hereditário e mediado por hormônios masculinos. Para ser mais exato, o problema ocorre naqueles pacientes que produzem excessivamente uma enzima chamada 5 alfa-redutase, que transforma o hormônio masculino testosterona no seu derivado di-hidrotestosterona. Fatores genéticos determinam essa produção excessiva.


Tipos de queda de cabelo


Existem várias outras causas para a queda de cabelo. Ao contrário da calvície, elas costumam causar perdas localizadas e irregulares. Porém, em casos difusos podem se assemelhar à alopecia androgênica. Vamos citar as causas mais comuns:


a. Eflúvio anágeno: é a queda de cabelo que ocorre, por exemplo, na quimioterapia, radioterapia ou envenenamentos com mercúrio.


b. Eflúvio telógeno: ocorre como efeito colateral de várias drogas, deficiências de vitaminas, estresse psicológico ou doenças da tireoide.


c. Alopécia traumática: ocorre por trauma mecânico e/ou químico do cabelo. Pode surgir após algumas técnicas de alisamento de cabelo, com repetidas tração do mesmo, associado ao uso de produtos químicos. Algumas pessoas com crises nervosas podem arrancar o próprio cabelo e ter esse tipo de alopecia.


d. Alopécia areata: é uma doença autoimune, onde o corpo passa a, equivocadamente, produzir anticorpos contra os seus folículos pilosos. O couro cabeludo é o mais afetado, mas pode haver perda de pelos em qualquer parte do corpo.


e. Tinea capitis: infecção do couro cabeludo por fungos.


f. Lúpus discoide: é uma forma de lúpus que acomete preferencialmente a pele.



Sintomas nos homens

Os primeiros sinais da calvície nos homens (alopecia androgenética) podem aparecer entre 17 e 23 anos. Dezessete anos é uma idade realmente perigosa. Os cabelos não caem de uma vez, mas a queda é contínua, persistente e irreversível, porque determinada pelos genes que a pessoa herdou do pai e/ou da mãe. No início, as falhas aparecem perto da testa. São as famosas entradas. Depois, é a vez da “coroinha de padre”, um círculo sem cabelos no topo da cabeça. Na maior parte dos casos, os cabelos continuam caindo e a calvície toma conta de toda a área superior da cabeça, sobrando apenas fios que se concentram numa faixa nas laterais e atrás da cabeça.


Quando os sinais começam a aparecer mais tarde, por volta dos 25/26 anos, a queda é mais lenta e costuma responder melhor ao tratamento. No entanto, o mais provável é que, depois dos 50 anos, todos os homens de uma família geneticamente predisposta apresentem, em grau menor ou maior, sinais da perda anormal de cabelos.


Sintomas nas mulheres

Até a menopausa, as mulheres contam com a proteção dos hormônios femininos. Depois, quando os níveis de estrogênio desabam, a proteção desaparece e aquelas com predisposição genética podem manifestar uma queda anormal de cabelos. Diferente do que acontece com os homens, nas mulheres os cabelos da frente permanecem, mas os fios ficam finos e rarefeitos, especialmente no topo da cabeça, a ponto de, nos casos mais avançados, o couro cabeludo tornar-se visível.


Os casos de alopecia androgenética feminina vêm aumentando à medida que as condições da vida moderna expõem as mulheres a maior carga de estresse, tensão e ansiedade. São considerados outros fatores de risco o excesso de produtos químicos utilizados nas tinturas, alisamentos e permanentes, por exemplo, puxar muito os cabelos para prendê-los em rabos de cavalo ou tranças e a carência de nutrientes e vitaminas provocadas pelas dietas restritivas para emagrecer.




Tratamento


O tratamento da calvície é baseado no uso de duas medicações:

  • Minoxidil em solução tópica (aprovado para homens e mulheres).

  • Finasterida por via oral (aprovado apenas para homens).

Exceção feita à queda de cabelos por força da hereditariedade, nos outros casos, ela pode ser evitada, ou retardada, se forem afastados os fatores de risco e introduzidos alguns medicamentos.


O minoxidil é um vasodilatador apresentado sob a forma de loção de uso tópico, que ajuda a bloquear a ação dos derivados da testosterona no bulbo capilar e pode acelerar o crescimento dos cabelos. Já a finasterida, um medicamento para reduzir o tamanho da próstata, que se mostrou também eficaz nos casos de calvície hereditária, é indicada exclusivamente para os homens. A advertência de que mulheres férteis ou grávidas não devem sequer tocar nos comprimidos, porque seu uso pode causar má formação fetal, consta da bula do remédio.


Há casos em que só o implante de cabelos pode representar uma solução estética para a calvície. O procedimento é cirúrgico e consiste na retirada dos bulbos capilares existentes atrás e nas laterais da cabeça, regiões que não sofrem a ação dos fatores genéticos e hormonais, para implantá-los na área rarefeita do couro cabeludo.


Recomendações


Não use produtos “milagrosos” nem medicamentos por conta própria - pode haver efeitos adversos sérios. Procure um médico ao notar que:

– os cabelos estão caindo mais depressa e em maior quantidade nos últimos meses, ou caem em tufos;

– o couro cabeludo está vermelho, coça muito ou arde;

– a oleosidade está muito acima do normal;

– os sinais de caspa aparecem nas roupas e nos fios.


Para finalizar, lembre que, como todas as outras funções do organismo, a renovação dos cabelos fica mais lenta com o passar dos anos e parte dos fios que caíram não voltam a crescer. De acordo com a herança genética, esse tipo de alopecia atinge em graus diferentes os homens e as mulheres depois os 50 anos.




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